SER FELIZ
Vencer os meus temores, ser feliz,
Recebo o vento manso no meu rosto,
Eu sei quanto esperança é meretriz
Coleto em profusão, tanto desgosto,
Distante, muitas vezes, do que quis,
O sonho que restou, já decomposto,
A vida a cada instante volta e diz
Do velho coração, frágil e exposto.
Morrer talvez pudesse me acalmar,
Sem mares nem luar, vagando à toa.
E enquanto a mocidade ainda ecoa
As rugas de minha alma , devagar,
Tornando este cenário mais real,
Expressam desta farsa, ato final...
MARCOS LOURES
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